terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Lições políticas da queda do Vasco Gama para a “segundona”

Brincadeiras e provocações a parte, a queda de dois grandes clubes cariocas para a segunda divisão do futebol brasileiro sempre deixa um ar de algo surpreendente, ainda que no caso específico do Vasco e do Fluminense seja reincidência.
No tocante ao rebaixamento do Vasco da Gama – que pena, todos torciam, inclusive os flamenguistas, para um novo vice-campeonato – a situação é mais periclitante, como se diz ou dizia.
O time Cruzmaltina é um case interessante que mistura gestão, futebol e política.
Por anos o Vasco foi presidido pelo polêmico e controverso ex-deputado federal Eurico Miranda. Foram oito anos no comando do time até que, em 2008, deixou a presidência e assumiu o ex-aliado, que depois passaria ser seu inimigo visceral, Roberto Dinamite – foi Miranda que organizou e promoveu a volta de Dinamite para o Brasil depois de uma malfadada passagem do atacante no futebol da Espanha.
Como flamenguista desde o ventre materno, cheguei a imaginar um “Super Vasco” sob direção do Roberto Dinamite.
Aparentemente tinha tudo para dar certo: mais do que um prata da casa, um ídolo, um apaixonado pelo time estaria na condução de um dos clubes mais queridos do país. Roberto expressava a “mudança”, o “novo”, a “libertação” e a “ressurreição” do Vasco da Gama enquanto time, marca e empresa. Mas, o que era um sonho, virou pesadelo.
Está aí, o Vasco humilhado, maltratado, praticamente falido em todos os aspectos.
E não bastasse o segundo rebaixamento quase consecutivo, os vascaínos de bem (coitado do Seu Bazinho…) ainda são obrigados a assistir imagens amargas de vandalismo de uma torcida que simboliza muito bem no que o Vasco se transformou na era Roberto Dinamite: num caos!
O resultado da uma gestão incompetente, ineficiente e ineficaz é a possível volta do “atraso” representado, no caso do Vasco, na figura de um Eurico Miranda. “Não é que eu queira voltar. Eu vou voltar”, afirmou em entrevista recente ao portal Terra (veja).
O lado positivo dessa tragédia do Vasco é que pode servir de exemplo para a política, quando aparecem “salvadores da pátria” prontos para “mudar”, “transformar” e implantar o “novo”.
case vascaíno mostra que “mudança” não é uma questão somente de retórica política, mas envolve saber, querer e poder fazer as mudanças, tudo atrelado a fatores dos mais diversos tipos e complexidades.
Ah, outro lado positivo da queda do “Bacalhau” é que poderei levar Seu Barzinho para assistir o Vasco perder para o Sampaio Corrêa no Castelão.
Realmente há males que vêm para o bem…

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